sábado, 9 de agosto de 2014

Arte e Tecnologia: ferramentas de intersubjetividades na Educação


Quando pensamos em educação e seus desdobramentos, quase sempre nos eximimos de considerar as interferências que a modernidade tem nos colocado, preferindo manter um sistema antigo e antiquado, que quase sempre, não atrai o interesse social. A Revolução Industrial no século XVIII e XIX impôs uma mudança de paradigmas comunicacionais em relação à vida totalmente, redimensionando-os. Com as tempestuosas efemeridades contemporaneidades dentro do social e cultural, faz-se mister um novo modelo de comunicação que não se dará apenas por meio da oralidade, mas, também por vias de redes mundialmente conectadas, ou como preferem, chamar os especialistas que vem se preocupando em analisar essa relação, de “metalinguagem”. No que tange a Educação no século XXI, celulares, redes sociais tem aparecido com frequência em sala de aula como um grande inimigo dos professores no que se refere à corrida rumo ao pódio da atenção dos alunos. Mas como nos relacionarmos com a pungente e escorregadia “modernidade”, de forma que essas ferramentas inerentes a ela nos sirvam como suporte de nossas relações cotidianas com nossos discentes? Num primeiro instante é pulsante e gritante a falta de elementos básicos que viabilizam a decodificação de elementos tanto em textos quanto em imagens nos alunos da educação básica ao superior. A relação de consumo sem o necessário destroncamento do que se consome no campo da “virtualidade” é um dos grandes dilemas para uma relação de intimidade e transformação a partir de uma imagem, de um filme, de uma peça, etc. O aluno, totalmente, imerso no consumo desregrado de massa, quase nunca, desperta sua potencialidade criativa, crítica e reflexiva, inerentes ao ensino da arte. Por vezes, até mesmo o docente ainda não está apto à imersão da decodificação dos signos que os aparelhos e instrumentos da modernidade têm nos oferecidos instantaneamente. Encorajar o aluno a ler e interpretar os valores que estão sendo passados via digital e intercruzar com os valores sociais e culturais advindos da família e sociedade é um dos grandes desafios da modernidade- comunidade escolar. A arte tem inúmeras possiblidades para recorrer e interpenetrar o mundo, a priori, solitário e singular de cada indivíduo. Mas como encorajar, apresentar elementos e ferramentas de decodificação dos sinais que os bombardeiam todos os dias? DECODIFICAR, palavra que nos remete, grosso modo, a entender, destilar, o signo e reinterpretá-lo para seu próprio contexto e necessidades. Quando olhamos um jovem em meio tantos outros, preso ao celular num jogo ou rede social, penso duas vezes enquanto docente em chamar sua atenção. Antes vejo como estou direcionando o “jogo” na sala e quão desinteressante possa está a minha aula. Trabalhar com a metalinguagem não parece ser empresa fácil, visto que nem sempre se obtém sucesso em sala de aula; no entanto, quando o temos em sua execução podemos estender as capacidade de absorção de conteúdos e um relacionamento crítico e lúcido do que nos cerca, tornando equilibrado e potencialmente significativo o jogo ensino/aprendizado. Gilberto dos Santos Martins